terça-feira, 3 de março de 2009

14º Dia - 12/2 - Bolívia/Chile

Bom dia flor do dia!

Acordamos muito bem humorados às 4h30 da manhã para continuar apreciando a humildade das paisagens.

Dessa vez o alvo não eram vulcões, eram gêiseres!

Apesar de fascinantes, parecem uma janelinha para o inferno. Lagos borbulhantes de lama e enxofre, jatos de água e vapor, neblina e fumaça que vinham debaixo dos nossos pés.

Se não fosse o nascer do sol e a sensação inexplicável de presenciar a força do interior da Terra, poderia jurar (ou prometer) que era um filme de terror.

A paisagem muda às 6h30, quando chegamos às piscinas naturais de águas termais. Aqui sim! Paraíso perfeito.

O sol já havia nascido e refletia um brilho lindo nas largas lagoas.

Éramos nós, água quente (+- 30 a 35°C) e a coragem de tirar os 3 casacos, luvas, meias, 2 calças, cachecol e encarar, de roupinha de banho, os 4m da mochila à piscina.

TSSSSSSSSSSSSS foi o barulho que fez quando entramos.

Isso tudo antes do café da manhã... Aguentem firmes porque o dia foi longo e imperdível.

Eu já disse o motivo pelo qual todos queriam raptar a Nena?

PANQUECAS no café da manhã!!! UAAAAAAAAAAAAAU! Enquanto os outros grupos comiam o que restou do pacote de pão de forma de ontem, nós nos deliciávamos com panquecas, marmelada, doce de leite, chocolate quente, chá e café!

É ou não é digna de ser sequestrada a nossa Nena? ;)

Não vou me estender nessa outra parte. Laguna verde aos pés de outro vulcão, deserto de Salvador Dali, raposas, fronteira tripla (Argentina, Bolívia e Chile) e mais um até breve aos nossos coleguinhas Toddynho (companheiros de aventura).

Agora estamos no Chile! Foi só cruzar a fronteira e o cascalho se transformou em asfalto. Mágica!
Estamos indo a San Pedro de Atacama, um oásis no meio do deserto mais seco do mundo - Deserto de Atacama (mais pra frente eu falo sobre ele).

O fim da estrada de terra significou o fim da vida de rei. De 1 dólar = 7 bolivianos, fomos pra 1 dólar = 600 pesos chilenos (obs: uma água é 900 pesos).

AAAAAAh! Que choque cultural. Já tinha esquecido que prestadores de serviço também sabem sorrir. Aqui tudo é caro e todos são solícitos e felizes.

Já pseudo adaptados, achamos um hostel por 6 mil pesos por pessoa. Uma bagatela pra realidade local.

Desmochilados, fomos à caça aos passeios pelo deserto, que, por sinal, eu sempre quis conhecer.

Os pacotes incluíam gêiseres, lagunas coloridas, vulcões, águas quentes e um salar chileno. Putz! Já vimos tudo! Será que não valeu a pena ter vindo pra cá?

Bom... A esperança tarda mas não falha. Reanimados depois do almoço, fechamos o passeio ao Vale da Lua por 6 mil pesos cada.

QUE LUGAR É ESSE?????????????

Não! Ow! É absurdamente diferente de tudo que já vimos! O maxilar, já cansado, não segurava mais o queixo.

Por uma trilha, éramos seguidos por dunas de um lado e um abismo rochoso do outro.

Pausa pra falar do Deserto de Atacama: É tão seco que os que morrem viram múmias. O sal, o ar seco, e o frio evitam a decomposição (é o único lugar do mundo onde se registrou umidade do ar 0). O céu do Atacama é tão límpido que permite ver a via Láctea em todo o seu esplendor. Para ter uma idéia, um consórcio de 9 países investiu uma grande soma de dinheiro para construir aqui o maior observatório astronômico do planeta. Suas lentes são capazes de focar um homem caminhando na superfície lunar.

Até que, finalmente, o dia chegava ao fim. Subimos outra duna para. de lá de cima, ver o sol de esconder e deixar as sombras dançarem pelo deserto. O céu foi pintado de alaranjado. Um horizonte inteiro alaranjado. É claro que eu chorei. Ninguém viu, mas chorei.

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